Longa metragem...

05-01-2016 08:55

Nos filmes existe uma fórmula que todos nós adoraríamos que assim fosse no nosso mundo real… Sempre que um personagem está mal, atinge um determinado ponto de sofrimento, que chora,… como que por magia, algo acontece naquele momento, que o ajuda a ultrapassar a situação! Ou aparece alguém para o reconfortar (se for uma história de amor será o seu "princip" ou a sua "princesa"), se for por dor, aparece a cura, se for por acidente, aparece alguém para socorrer… Sempre acontece algo bom, quase instantaneamente, naquele momento, e tudo se começa a resolver! É isto que queremos ver, que esperamos,mas, por outro lado, poderá nos fazer criar a ilusão que, na nossa vida real, talvez também possa ser assim… Mas, por muito mal que se esteja, por muitas lágrimas que se deite, naquele instante, não há a magia…                                                                                                                                                                            

Temos de ser nós a enxugar as lágrimas, a ter que ter forças para respirar fundo e nos agarrarmos a algo positivo para nos esquecermos um pouco ou tentarmos ver de outra forma aquilo que nos atormenta…

Todos nós temos aquelas fases em que, em determinada altura das nossas vidas, instintivamente, fazemos um balanço pessoal. Vemos o que conquistamos, o que perdemos, comparamos com o que achávamos que iriamos ter… E aí… ou…

… ou nos sentimos realizados, com um certo orgulho de nós próprios o que nos faz sentir mais fortes, capazes de resolver os problemas, achando que temos as respostas ou que sabemos a fórmula de como estar bem e tudo nos parece menos complicado. Aí, se vemos alguém menos bem, temos a tendência de, como seres humanos que somos, ir lá, tentar ajudar, aconselhar... A capacidade de vermos o lado positivo da coisa, o do sorrirmos á vida acontece e o nosso ego se eleva deixando transparecer um sorriso…

…ou…

… ou nos sentimos uns falhados e tentamos perceber onde erramos, onde foi que a vida nos puxou o tapete…

Infelizmente, não é quando estamos a viver num turbilhão em que nos sentimos a perder o controlo, o rumo da nossa vida e que andamos feitos parvos á procura de uma solução, do tal lado positivo da coisa, que conseguimos ter a tal perspetiva positiva. Essa capacidade de ser positivo só acontece quando estamos bem ou menos mal!

Sempre acreditei no destino. Que tudo acontece por alguma razão… Podemos demorar a saber o porquê mas, mais tarde ou mais cedo, lá aparece a resposta. Se assim for, muitas vezes, o que nos faz sofrer, é o não conseguir aceitar o que nos está a ser imposto. Isso tira-nos a paz interior, tira-nos o sossego, desorienta-nos, tira-nos a capacidade de perceber que tudo tem um lado bom. Faz-nos perguntar até á exaustão porquê, faz-nos chorar na esperança de que, como nos filmes, as coisas tomem o rumo que desejávamos que tomasse... Às vezes é necessário nos isolarmos, ficar apenas com nós próprios para nos podermos encontrar. Até porque mesmo por mais que se fale, por muita volta que se dê, acontece faltar-nos as palavras certas para explicarmos o que estamos a sentir. Assim é escusado o sorriso esforçado do “está tudo bem” falso ou das lamúrias de quem está numa de coitadinho.

Nada dura para sempre, nem as festas nem as tempestades. Para podermos subir temos de estar cá em baixo.Supostamente isso deverá nos fazer crescer esperando que não nos torne demasiado amargos. Há que ter uma certa frieza para conseguirmos ser objetivos e desprendermo-nos das emoções que teimam em nos mandar abaixo. Aprender a aceitar, em adaptarmo-nos aquilo que nos é imposto não é fácil quando nada corresponde ao que tínhamos traçado para nós. Percebermos que sonhos não passam de sonhos e que mais uma vez temos de os guardar com a esperança que algum dia aconteçam. Que por muito que se deseja-se que tudo fosse de outra maneira, não há volta a dar e que se o nosso destino é este, por alguma razão assim será e então… que assim seja.

Resta aguardar por um final feliz… como nos filmes.

Nota: As imagens por mim escolhidas, não são da minha autoria. Obrigada.