Maria e a hora de deitar
Ora se ao jantar às vezes já se torna complicado manter o respeito à mesa com o silêncio, pois as manas têm sempre tanta coisa para contar, a hora de deitar não é muito diferente… Ora é uma que está a ver se se esquiva à lavagem dos dentes, ora é outra que à última da hora, se lembra de preparar a roupa para o dia a seguir, ora de repente depois de estarem ambas deitadas eis, que, surge de repente, uma vontade súbita de fazer “xixi"!Enfim… Depois de muitas voltas, a Maria aguarda ou que se conte uma história ou que se faça um jogo…
- Mamã vamos “faxer” um jogo?- pergunta a Maria de pescoço no ar e chucha na boca…
- Já é tarde…- diz o papá faz de conta.
- Sim, já é tarde e amanhã há escolinha…- reforça a mamã.
- Oh mãe vá lá…- insiste a Maria.
- Qualquer dia jogamos mas é ao jogo de tirar as cócegas dos pés á mana...- diz o papá faz de conta, que alinha sempre nas brincadeiras das irmãs…
- Oh não, isso nem pensar…Mãe, se calhar, nos próximos tempos vou mas é dormir à avó…-diz a irmã para a mãe.
- Então porquê?- pergunta a mãe sem ter percebido a conversa da filha.
-Atão, tenho de me escapar às cocegas nê… Não sou como essa ovelha. Sim mãe, a Maria é uma ovelha! – Afirma a mana e a mãe sente-se meio perdida com tal afirmação. É então que a Maria esclarece:
- É verdade mamã, sabias que eu faço cocó como as ovelhas?
- Ai sim, então porque?-pergunta a mãe já a rir.
- Olha, porque sai às bolinhas!
Pronto, risada geral…
- Ok, vamos fazer o jogo das advinhas.- tenta a mãe repor a ordem.- Cada um diz uma adivinha.
E todos lá dizem uma… Quando chegou a vez da mãe:
- Esta é para vocês: O que é que teve um começo mas não tem um fim?
- Olha mãe, se sou eu e o João esquece! Nós já acabamos!- diz Maria, voltando-se para o lado.
Escusado será dizer que, a irmã, ficou com dor de barriga de tanto rir com a afirmação da Maria “pirralha” como ela lhe chama.
- Mas afinal o que é mãe?
- Não adivinham…
- Oh l’amour…-adivinhou a irmã.
E pronto, fiquei a saber que tenho uma filhota que faz “cocó” como as ovelhas e que afinal já não tenho genro. Os namoros aos 5 anos têm muito que se lhe diga…
Ai, ai Maria…